viernes, 18 de diciembre de 2009

O ingresso da Venezula no Mercosul

O ingresso da Venezuela no Mercosul e suas implicações nas relações soci-políticas e econômicas na América do Sul

A entrada da Venezuela no Mercosul como membro pleno, solicitada por Hugo Chávez, durante anos, está sujeita à aprovação pelos congressos dos quatro países que o compõem hoje: Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.

Embora Tabaré Vázquez e Néstor Kirchner tenham rapidamente obtido a aprovação dos respectivos parlamentos, não foi o caso de Brasil e Paraguai.
As ofensas infligidas pelo Presidente da Venezuela ao Senado brasileiro permitiu que a oposição ao Presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficasse forte na rejeição ao pedido, que se delongou até poucos dias atrás, e o Paraguai tem seus próprios problemas que afetam essa aprovação.
Além da especulação sobre o quanto vai durar a negativa do Paraguai e, conseqüentemente, o acesso da Venezuela ao Mercosul, parece oportuno refletir sobre o significado que a chegada do Hugo Chávez neste concerto de nações que, embora tenha-se movido com altos e baixos desde o seu início nos primeiros anos da década dos 80’s, continua a ser um instrumento de trabalho para o comércio e a integração dos seus membros, e acabou com todos os cenários de conflitos que existiam nas chancelarias e os estados maiores das forças armadas

O presidente da Venezuela tornou-se um criador de problemas muito graves na América do Sul, especialmente pela sua vocação de liderança com o seu "socialismo do século XXI", distribuindo os petrodólares que a PdVSA tinha tinha, em apoio aos regimes políticos afins no continente: ele interveio, e continua a agir, no Equador e na Bolívia, mas também em outros países, como Argentina, Uruguai e Colômbia, onde ele tentou ações similares. É agora inegável o apoio de Chávez à guerrilha colombiana, que não só complica a vida de sua nação, mas afeta diretamente ao Equador e ao Brasil, cujas fronteiras são livremente transpostas; a descoberta de fundos non sanctos na Argentina e na Bolívia não são mais do que alguns sinais visíveis do que tem sido uma política permanente em curso na Venezuela.
De outro ângulo, a necessidade de Chávez de gerar um foco de conflito para tentar contornar o front doméstico complicado que está causando a inflação e a escassez de bens e serviços no seu país, pode tentar-lhe a imitar ao general Galtieri, o ditador argentino que inventou uma guerra com a Grã-Bretanha em uma situação político-econômica local.
Portanto, do ponto de vista do Mercosul, vale a pena recordar como comportou-se Chávez, quando ele chegou ao poder, em relação ao Pacto Andino de Nações, um dos projetos mais bem sucedidos de integração realizado até então entre o Chile, o Peru, o Equador e a Venezuela, que foi praticamente destruído.
Então, eu acho que o Presidente Lula está errado ao apoiar o ingresso de este personagem numa parceria ainda frágil de países, que ainda não conseguiram definir um modelo real para o Mercosul: união alfandegária, zona de livre comércio, mercado comum ou uma plena integração.
Se a entrada da Venezuela acontecesse durante o período do Hugo Chávez como Presidente do seu país, sem dúvida a gente vai começar a ver cada vez mais sérios conflitos entre os membros atuais do Tratado.

Bs.As., 18 Dec 09
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